sexta-feira, 29 de julho de 2016

Itapetininga já tem mais de 150 mil moradores

Cidade apresenta melhora no Índice de Desenvolvimento Humano

Itapetininga


          Com mais de 157 mil habitantes, a cidade de Itapetininga está entre as maiores cidades do Sudoeste Paulista. Entre 1991 e 2010, o município avançou nos números do índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), passando de 0,532 no início dos anos 90 para 0,763 em 2010. Segundo o índice, quanto mais próximo de 1, maior a qualidade de vida. Não é sem motivo que a cidade está entre as melhores do Estado de São Paulo para se viver.
          Em nível nacional, a cidade passou do 916º lugar para o 320º, uma performance ainda mais impressionante. A cidade se destaca em alguns itens, com Educação, Longevidade e aumento da Renda per capita.

Educação
No período de duas décadas, o IDHM da Educação de Itapetininga cresceu 135%, com jovens que frequentem os bancos escolares ou completam os ciclos de ensino. Em 1991, o IDHM da Educação era 0,328. No ano 2000, passou para 0,535. Dez anos depois alcançou 0,705. o percentual de crianças de 6 a 14 anos fora da escola reduziu de 19,93%, para 3,64%, no período. O número de estudantes que completa o ensino médio subiu, mas ainda está longe do ideal. Conforme o IDHM da Educação, 18% dos jovens entre 18 e 20 anos já haviam completado o ensino médio em 1991. No censo de 2000, esse número subiu para 33,78% dos alunos com 2º grau completo. Já em 2010, 51,01% já estavam o ensino médio completo. Estes são os dados mais recentes.

Expectativa de vida
Na Longevidade, que estima a expectativa de vida da população, a cidade tem o único item considerado muito alto, ou seja, acima de 0,8. Neste estudo, em 1991, a cidade possui um índice de 0,688, dez anos depois alcançou 0,768 e, em 2010, somou 0,864. A expectativa de vida subiu de 66,2 anos para 76,8 anos. Em Itapetininga, a esperança de vida ao nascer aumentou 10,6 anos nas últimas duas décadas.
A mortalidade infantil em Itapetininga caiu 43%, passando de 21,4 por mil nascidos vivos em 2000 para 12,0 por mil nascidos vivos em 2010, aponta o PNUD. A taxa de  fecundidade, que é a estimativa de filhos que um mulher teria, no seu período reprodutivo caiu de 2,7 filhos para 1,7, no período.

Renda 
Já o IDHM Renda de Itapetininga subiu de R$ 511,56, para R$ 644,61 e agora alcançou R$ 741,64. No período de 20 anos, representa um aumento de 44,98%. A taxa média anual de crescimento foi de 26,01% na década de 90 e 15,05% no segundo censo. A extrema pobreza (pessoas que vivem com renda per capita inferior a R$ 70) caiu pela metade ao reduzir de 3,30% para 1,29%, em 20 anos. O percentual de pobres também caiu de 17,65% para 7,16%.

Clima interiorano
Mas apesar do desenvolvimento a cidade ainda mantém aquele jeito de interior, no jeito de falar, de cumprimentar, de fazer as coisas. A cidade é acolhedora. Prova disso são as pessoas e empresas que se instalaram (e muitas ainda estão por vir) no município.
          Afinal, o itapetiningano costuma receber bem os visitantes. Só aqui eles podem saborear um gostoso bolinho de frango, iguaria nascida, criada e difundida no município, mais precisamente no distrito de Gramadinho. Aqui é terra de Teddy Vieira, autor de alguns dos maiores sucessos da música sertaneja, do poeta Nho Bentico, da primeira mulher a se tornar aviadora no país: Anésia Pinheiro Machado. Aqui, a história do tropeirismo se confunde com a história da cidade.
          Em Itapetininga, a cultura e a música sertaneja de raiz nunca saem de moda. Povo de fé, venera Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora dos Prazeres e Nossa Senhora das Estrelas.
          Terra da Cultura e da cultura da Terra possui tradição e força na agropecuária, sediando um dos maiores eventos do gênero, a nossa Expo-Agro. Seu comércio também é forte e resiste bem às dificuldades econômicas. Por sua história e tradição, Itapetininga está e sempre estará no Top of Mind de sua gente. Saiba mais sobre o município e as empresas mais lembradas na cidade na revista Top of Mind Itapetininga.

Texto: Marco Antonio
Foto: Mike Adas

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Brasil tem mais de 72 milhões de hectares cultivados

Soja é o grão mais cultivado, com mais de 32 milhões de hectares

Preparo da terra para plantio de soja em Itapetininga


          Neste dia 28 de julho se comemora o Dia do Agricultor. Apesar de todas as dificuldades pelas quais a economia brasileira passa, a agricultura continua sendo importante pilar, gerando empregos mesmo na crise e contribuindo para que a balança comercial brasileira não despenque de vez.
          Com dimensões continentais, o Brasil tem 72 303 327 hectares de terra cultivados, segundo o IBGE. Os dados são relativos a junho deste ano e representam uma leve diminuição na área plantada (-0,2%) em relação a maio, quando foram contabilizados 72 482 079 hectares.
          A soja, um dos principais produtos (comodities) das exportações brasileiras, é de longe o grão mais cultivado, com 33 021 828 hectares, apresentando uma variação positiva de 0,1% em relação ao mês de maio. Já o milho, o segundo grão mais plantado, caiu de 15.450.679 ha em maio para 15.326.098 hectares em junho, com uma redução de 0,8% na área cultivada.
          Os números da produção agrícola brasileira impressionam. Ainda segundo o IBGE, a estimativa da safra em junho, no caso da soja é de 96.569.649 toneladas, sendo 0,2% menor do que a safra de maio. No milho, a queda é mais significativa, com a estimativa passando de 73 461 768 para 70 109 794 toneladas, ou menos 4,5%. Com uma produção de 726 684 707 toneladas em junho, a cana de açúcar, apresentou redução de 0,6% em relação a maio, quando a produção estimada foi de quase 731 milhões de toneladas.

Região
          Na área do Escritório de Desenvolvimento Rural de Itapetininga, o milho é o produto mais cultivado, de acordo com dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA), órgão ligado à Secretaria de Agricultura do Estado. Em 2015, o IEA apontou que haviam mais de 50 mil hectares dessa cultura na Região, com uma produção de 5.157.300 sacas de 60 kg cada, a soja, por sua vez, ocupava uma área de 28.350 hectares, com uma produção de quase 1,5 milhão de sacas de 60 kg. A Região conta também com o milho Safrinha (plantado no começo do ano) com 13,5 mil hectares e produção de pouco mais de 1 milhão de sacas. A cana de açúcar para a indústria ocupa uma área de 42 mil hectares, com uma produção de mais de 3,5 milhões de toneladas. Outra cultura forte na Região é a laranja, com mais de 8,7 mil hectares e uma produção de mais de 21,4 milhões de caixas de 40,8 kg.

História
O Dia do Agricultor é celebrado em 28 de julho, data criada em razão de ter sido nesse dia, em 1960, a fundação do Ministério da Agricultura, no mandato de Juscelino Kubitschek. É importante não confundir essa data com o dia do Agricultor Familiar, que é comemorado em 25 de julho.
O agricultor possui uma ampla relevância na economia brasileira e também para a população mundial, pois é a sua atividade que propicia a maior parte da produção de alimentos, sobretudo aqueles que estão na mesa de todos os trabalhadores, tais como arroz e feijão.
A agricultura vem ganhando um maior peso na produção de energia em virtude do cultivo de vegetais utilizados na biomassa, com destaque para os biocombustíveis.
A profissão ou o exercício do agricultor é uma das mais antigas da história da humanidade, haja vista que a agricultura constituiu-se no período Neolítico há mais ou menos 10 mil anos. Com isso, foi permitida a sedentarização do ser humano, ou seja, o fim da prática nômade, o que alicerçou as primeiras bases para a formação das civilizações e sociedades.

Fonte: site Brasil Escola

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Itapetininga lidera a classificação dos Jogos Regionais

Cidade tem 77 pontos; três a mais que Avaré, segunda colocada

O ciclismo itapetiningano é campeão nos Regionais


          A cidade de Itapetininga lidera a classificação geral da 60ª edição dos Jogos Regionais da Segunda Divisão, que acontecem até o próximo sábado, dia 30, na cidade de Avaré. A delegação itapetiningana contabiliza 77 pontos, contra 74 da cidade anfitriã, que está em segundo lugar. Em terceiro está o município de Registro com 53 pontos, Tietê está no 4º lugar com 44 pontos, Cajati no 5º com 40, na 6a. colocação se encontra Porto Feliz e Iguape com 36, em 8º Tatuí, com 35 pontos, Juquiá em 9º com 28 e Cerquilho no 10 º lugar, com 24 pontos.
Os dois melhores colocados da 2a. Divisão automaticamente irão disputar a 1a. Divisão em 2017. No final de semana, os atletas itapetininganos se destacaram no Atletismo (vice-campeão geral feminino e masculino), ciclismo (campeão geral masculino e feminino) e Tênis de Mesa (campeão geral feminino) conquistando medalhas de ouro, prata e bronze.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

De Morro do Alto para a Europa

A história do menino pobre que conheceu o mundo



          Nascido no distrito de Morro do Alto, em Itapetininga, há 57 anos, Olivaldo Prado (foto), mais conhecido como Vadinho, começou a trabalhar desde cedo, assim como seus outros irmãos, para ajudar no sustento da família, principalmente depois que seus pais se separaram e sua mãe foi trabalhar de cozinheira em uma pensão da cidade. Mais de 40 anos depois, o menino de família humilde se tornou um profissional conhecido e requisitado por grandes nomes da música, como Chico Buarque. Vadinho é um roadie, profissional que acompanha os artistas em turnês, shows e viagens, cuidando da iluminação, do som e de deixar tudo pronto no palco para a apresentação. Ele até afina instrumentos. Veja agora um pouco dessa história.
Ainda adolescente, começou a atuar no segmento de bailes e shows, com a equipe New Tape Sound, do empresário Nelsinho, que morava na pensão e tornou-se amigo da mãe de Vadinho, passando a frequentar a casa da família. “A NTS tava começando a fazer os bailinhos no CRI”, conta Vadinho, referindo-se ao Clube Recreativo Itapetiningano.
          Eram os anos 70. E a família Prado tinha acabado de chegar à cidade. “Quando chegamos em Itapetininga, foi uma luta para arrumar trabalho. Era o ano de 1975, ou 76, por aí, e eu trabalhava no Superbom Supermercado”, lembra Vadinho.
Nelsinho convidou Vadinho e os irmãos para irem conhecer o clube. E apesar da diferença de idade, Vadinho não tinha nem 15 anos, “e o Nelsinho já tinha uns 20”, eles se tornaram bons amigos, chegando ao ponto de o empresário oferecer trabalho ao então adolescente.
Trabalhando durante a semana no supermercado, Vadinho ajudava a fazer os bailes nos finais de semana. E foi se integrando a equipe e outros amigos. “A gente ganhava pouco, mas se divertia muito e namorava bastante também”. E assim foi durante três anos, inclusive viajando toda a Região fazendo shows. Ao mesmo tempo, Vadinho foi se tornando amigo de músicos de Itapetininga e cidades vizinhas.

São Paulo

Vadinho e Chico Buarque

          A vida de Vadinho começou a mudar quando o conjunto Garotas de Prata, composto só por mulheres, veio fazer um show no CRI, em 1976 – ele ajudou a descarregar os equipamentos do conjunto – depois, ele foi para casa, tomou banho e voltou para ficar “cuidando das meninas no camarim”. Vadinho tinha entre 15 e 16 anos e conta que “o baile terminou as 4h30 da manhã, ajudei a carregar o equipamento e eles passaram em casa, falaram pra minha mãe que iam me levar, pois eu era um garoto bom”.
          Com as bênçãos da mãe, que apesar das dúvidas, deixou o filho partir, Vadinho Prado, então com 16 anos foi para a capital. “Ela falou que eu ia descer no primeiro quarteirão, mas eu fui mesmo”. O rapaz não sabia, mas estava prestes a iniciar uma jornada que o levaria a conhecer alguns dos mais famosos e talentosos artistas brasileiros, além de viajar pelo mundo e conhecer lugares como Paris, na França.
          Chegando em São Paulo, Vadinho conheceu e foi morar na casa do músico e produtor Sidnei de Barros, que o colocou para trabalhar com o grupo Corrente de Força (que se tornaria a banda Placa Luminosa). “Eu nem fiquei com o Garotas de Prata, só fui com eles até São Paulo”, relembra Vadinho. “Nos três anos que fiquei em São Paulo, em vivi 30 anos”, lembra Vadinho.
          Depois de instalado na Terra da Garoa, ele começou a aprender a mexer com iluminação, sempre com profissionais renomados, o que permitiu que as portas fossem sendo abertas. “Eu fui aprendendo e entrando no sistema; fiz Vida de Viajante, com Gonzagão e Gonzaguinha. Depois fui trabalhar no Cine Veneza, que se tornou o Teatro Procópio Ferreira e ganhou cinco ou seis refletores. Eu conheci e jantei com o próprio Procópio Ferreira, com a Eva Wilma...era um plebeu no meio dos grandes”.
          Vadinho conheceu, trabalhou e se tornou amigo de Juca Chaves, de quem ganhou um relógio. “Ele gostou muito de mim”. O jovem profissional também trabalhou na parte técnica da peça Pato com Laranja, do ator Paulo Autran.
          Em mais uma reviravolta, Vadinho foi fazer a iluminação da turnê Lá Vem o Brasil, descendo a Ladeira, de Moraes Moreira, na segunda metade dos anos 70.

Rio e Bahia
          O trabalho com Moraes Moreira levou Vadinho para o Rio de Janeiro e depois para a Bahia, onde conheceu, trabalhou e tornou-se amigo de bandas e artistas como o Trio Elétrico de Armandinho, Dodô e Osmar, A Cor do Som e Luiz Caldas, que era amigo de Armandinho.
          Quando estava no Rio, Vadinho comia na casa de Armandinho. “Um dia, em 1986, eu estava almoçando e tocaram a campainha; fui abrir e era o Luiz Caldas. Ele perguntou: Vadinho, você por aqui? E eu respondi que almoçava na casa do Armandinho, aí ele me disse que estava chegando para gravar o programa do Chico e Caetano e pediu para eu buscar a banda dele no aeroporto. Eu fui, levei para o hotel e depois para o ensaio, que acontecia no teatro Fênix, com a direção do Roberto Talma”, lembra o roadie.
          Foi nessa ocasião que conheceu o diretor global; logo após o primeiro ensaio, Talma convidou Vadinho a continuar trabalhando e assim ele participou dos 12 programas da série Chico e Caetano, apresentados por Chico Buarque e Caetano Veloso. “Eu já conhecia todos os contrarregras que trabalhavam na Globo e ele me indicaram para o diretor, dizendo que eu tinha muito pique”, lembra Vadinho, sorrindo. Graças a esse programa, este itapetiningano pôde conhecer pessoas como Elizete Cardoso e Astor Piazzola, entre outros.
          Em 1988, enquanto Chico Buarque ensaiava para uma turnê após um intervalo de 25 anos, Vadinho viajou para a África, acompanhando Gilberto Gil e outros artistas negros brasileiros em uma turnê por vários países. O objetivo era comemorar os 100 anos do fim da escravidão no Brasil.
          “Eu já trabalhava com o Chico e ele me liberou para viajar, pois o roadie do Gil não quis ir. Foi uma viagem emocionante. Logo na chegada, um curandeiro veio tirar os maus espíritos, para impedir que a escravidão retornasse à África”. Vadinho também se encantou com uma orquestra que se apresentou antes do show de Gilberto Gil. “O Gil subiu ao palco as 11h30, mas teve de parar de tocar às 11h45, para que eles pudessem rezar. Ao meio-dia em ponto a oração terminou e o show prosseguiu”.

Em Londres

          De volta ao Brasil, ele, embarcou na turnê do espetáculo Francisco, de Chico Buarque, que rodou o mundo. “O Chico só faz turnê de cinco em cinco anos”, conta Vadinho, que está há 20 anos com o artista (foram cinco turnês) e neste ano de 2016, após a sexta turnê, pretende encerrar a carreira de roadie. Ele mostra a carteira de trabalho assinada por Marieta Severo, ex-mulher de Chico Buarque.
          Depois de mais de duas décadas de convivência e trabalho, Vadinho coleciona histórias. Ele aprendeu, por exemplo, a afinar e até consertar o violão de Chico Buarque. Uma das passagens mais marcantes foi a saída de um show realizado em Londres, quando o público se aproximou do ônibus da equipe e cantou as músicas do espetáculo. Com tantas histórias, a vida de Vadinho Prado daria um livro: a história do menino pobre que saiu do interior de São Paulo e viajou pelo mundo, conhecendo cidades como Londres, Paris e tantas outras.

Texto: Marco Antonio
Fotos: Arquivo Pessoal