sábado, 8 de julho de 2017

O Brasil e a Revolução de 1932

Movimento exigia uma nova Constituição
Cartaz do movimento MMDC


Há 85 anos, eclodia em São Paulo um movimento que exigia a promulgação de uma nova Constituição e contrário ao golpe de Estado perpetrado por Getúlio Vargas em 1930. O movimento, batizado de Revolução Constitucionalista, teve combates nas ruas da capital e em outras partes do Estado de São Paulo, incluindo a Região de itararé, na divisa com Paraná.
A revolução foi sufocada pelo governo central e getùlio Vargas mante-se no poder até 1945. Mesmo passadas mais de oito décadas, é importante ressaltar que, tanto em 1932 quanto em 2017, a Constituição, a Carta Magna que rege uma nação, é imprescindível em qualquer estado democrático de direito. Sem uma Constituição, o que sobra é ditadura. E vamos combinar que ditadura nenhuma é boa, seja de direita, esquerda ou de qualquer ideologia.
A crise política (e também moral) que afeta o Brasil hoje faz com que muita gente invoque a Constituição para quase tudo, muitas vezes interpretando esta Carta da maneira como lhe é mais conveniente.
Respeitar um país e sua Constituilção não é interpretar as leis ao seu bel prazer ou segundo interesses de grupos. Também não é se aproveitar de brechas na lei para evitar a prisão ou estender processos por tempo indeterminado. Respeitar um país é seguir suas leis, ainda que elas sejam falhas, o mesmo valendo para as instituições.
Em uma democracia, nada é mais adequado do que seguir a Constituição e as leis do país. Caso haja a necessidade de mudanças, estas devem ser pensadas com cautela, visando o interesse e o bem da sociedade como um todo, notadamente das camadas mais desfavorecidas.
Hoje são muitos os que protestam e há até quem deseje a volta da ditadura. Mas muitos se esquecem que uma revolução tem um custo muito alto: o sacrifício de vidas humanas. Nenhuma ideologia política vale o derramamento de sangue, principalmente de inocentes.
Claro que mudanças radicais possuem um alto custo para a sociedade e geram mártires e heróis. A questão é saber se o Brasil está disposto a pagar esse preço. Um preço que São Paulo pagou na revolução, como veremos abaixo.

Revolução
Segundo o portal Terra, a Revolução Constitucionalista, ocorrida em 9 de julho de 1932, foi um movimento contra o primeiro governo de Getúlio Vargas (ocorrido entre 1930 e 1945). Antes do golpe de Estado que colocou Vargas no poder, em 1930, o Brasil era regido pela “política do café com leite”, pela qual as oligarquias de São Paulo e Minas Gerais se revezavam na presidência do País.
Quando assumiu, o gaúcho Vargas nomeou interventores nos Estados. Os paulistas não aceitaram um interventor de fora de São Paulo e se rebelaram contra os novos rumos da política brasileira.

M.M.D.C.
O estopim da Revolução Constitucionalista foi a morte dos estudantes Mário Martins de Almeida, Euclides Miragaia, Dráusio Marcondes de Sousa e Antônio Camargo de Andrade, durante a tentativa de invasão da sede de um jornal favorável ao regime varguista, em 23 de maio de 1932. A sigla M.M.D.C., que remete às iniciais dos nomes pelos quais os estudantes mortos eram conhecidos (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo), se transformou no símbolo do movimento.
Entre os meses de julho e outubro de 1932, as ruas de São Paulo foram o cenário de conflitos entre os revoltosos e as tropas do governo federal. O movimento, que exigia a promulgação de uma nova Constituição, fracassou no dia 1º de outubro de 1932, quando foi assinada a rendição que pôs fim à Revolução. Os principais líderes da revolta tiveram os seus direitos políticos cassados e foram deportados para a Europa, entre eles, o itapetiningano Júlio Prestes, presidente da república eleito pelo voto popular, mas deposto pelo golpe de Vargas.

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