terça-feira, 17 de março de 2020

Enchentes: saiba o que fazer quando estiver de carro

Custos de conserto de carros atingidos pode chegar a R$ 20 mil

Prejuízo pode ser alto

          O verão acaba oficialmente na próxima sexta-feira, dia 20, mas a intensidade das chuvas neste ano já surpreendeu muita gente, inclusive em cidades do interior, como Laranjal Paulista, Salto e Botucatu.
          Em Itapetininga, uma forte pancada de chuva surpreendeu os moradores na noite de segunda. Na tarde desta terça-feira, 17, a temperatura máxima prevista era de 30º C, com a possibilidade de pancadas de chuva. Já para a noite, a mínima prevista era de 20º C, também com a possibilidade de chuva. É o verão se despedindo, mas deixando a sua marca.
          A cada ano, as chuvas estão mais fortes, com grande volume de água derramado em pouco tempo. Isto é consequência das mudanças climáticas.
          O resultado é que muitos motoristas são pegos de surpresa e, de uma hora para outra, se veem no meio de um verdadeiro rio. Alguns arriscam atravessar esses pontos de alagamento, o que pode causar sérios danos ao veículo, seja no motor, na parte elétrica ou no acabamento interno.
          Não custa lembrar também que o prejuízo material, embora possa parecer grande à primeira vista, não é nada se comparado à vida humana. Por isso, se você se deparar com alagamentos perigosos, evite atravessar e procure dar meia volta ou escolher outro caminho.
          Segundo especialistas, antes de atravessar um alagamento, é importante identificar a altura da água. Por precaução, a altura máxima não deve superar a metade da roda. Isso porque os maiores danos causados pela água acontecem quando ela entra no motor pelo duto do filtro de ar. Em grande parte dos carros, ele fica posicionado logo atrás da grade, na altura dos faróis. Por isso, se a água estiver muito próxima desse nível, é bastante provável que ela invada o motor. Além disso, caso um veículo apareça no sentido contrário, podem formar-se marolas, que atingirão a entrada de ar.

Como atravessar um alagamento
Se for possível atravessar uma área alagada, uma orientação é manter o motor em uma rotação na faixa de 1.500 a 2.000 rotações por minuto. Dessa forma, a saída dos gases pelo escape impede a entrada e água. Além disso, é recomendável não trocar de marcha. Se isso não for possível, ao realizar a troca, o motorista deve manter o pedal do acelerador pressionado. Dessa forma, o risco de a água entrar pelo escapamento também é bem menor. Em carros automáticos, é possível “travar” o câmbio em uma marcha específica – nesse caso, a dica é escolher uma marcha baixa e seguir nesta posição.

E se o carro morrer?
Se, ao atravessar um alagamento, o motor morreu, a principal dica é não tentar dar a partida novamente. Mantenha o carro desligado e chame um guincho. Caso o motorista queira dar a partida outra vez, o principal risco é o motor sugar a água para dentro. Quando isso acontece, há o chamado calço hidráulico. Nele, a água entra na câmara de combustão e o pistão exerce grande esforço para vencer a resistência da água, empenando as bielas e travando o motor.

Como saber se a água chegou ao motor?
O primeiro passo é abrir o capô e checar o filtro de ar. Caso ele esteja encharcado, é grande a probabilidade de a água ter atingido pontos críticos do motor. Por isso, a melhor opção é transportar o veículo de guincho para uma oficina. Lá, o mecânico deverá retirar as velas e, com uma bomba manual, retirar a água que possa ter invadido a área dos cilindros. Depois de removida a água, é hora de reposicionar as velas e tentar ligar o motor. Se ele pegar, basta trocar o óleo. Porém, se mesmo após a limpeza o carro não funcionar, o motor travou e precisará de reparos mais severos, como a desmontagem para uma identificação mais precisa dos danos.

Reparo deve ser rápido
A agilidade para levar o carro em uma oficina especializada pode ser o segredo para gastar menos, além de ter mais chances de sucesso no reparo. Neste caso, tempo é dinheiro, literalmente, pois quanto maior a demora, menor a chance de recuperação e os gastos serão maiores.
Especialistas garantem que é possível recuperar veículos que tenham ficado totalmente submersos. Nesse caso, o trabalho pode levar até um mês, e custar mais de R$ 20 mil - considerando veículos que custam R$ 50 mil. Para carros populares, o orçamento pode alcançar R$ 15 mil - superando, em alguns casos, o próprio valor do modelo.

Perda total
Um carro sofre perda total quando os custos dos reparos superam cerca de 70% do valor do veículo. Nesses casos, o proprietário do veículo recebe a indenização da mesma forma que em outros sinistros. Normalmente, quando um carro passa por uma enchente, pode haver problemas mecânicos, hidráulicos e elétricos, além dos estofamentos. No entanto, o motorista só será indenizado após minuciosa avaliação da seguradora, que deve comprovar que não houve um agravamento de risco desnecessário, como atravessar uma rua alagada por sua conta e risco.

E os estofamentos?
Caso um carro atravesse uma enchente, e tenha o interior comprometido, é importante realizar uma limpeza completa. A complexidade do serviço vai depender do nível de danos que o veículo sofreu. No caso dos estofamentos, a higienização é importante porque, além de eliminar o mau cheiro e a sujeira, ainda acaba com fungos e bactérias. Para isso, os forros de portas, painéis e bancos devem ser desmontados. Em casos extremos, é preciso trocar todo o estofamento.
O preço do serviço dependerá do tamanho do estrago e do modelo do veículo, material dos bancos e do acabamento interno.

Fonte: G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário