quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Como estão os rios da Região

Rio Itapetininga
A situação dos rios e mananciais do Sudoeste Paulista divide autoridades e ambientalistas, que apontam a falta de políticas locais para a preservação do Meio Ambiente, a invasão das áreas de preservação, a retirada da mata ciliar e a poluição como os principais problemas enfrentados pelos rios da Região. Os ambvientalistas levantam ainda a questão do abastecimento de água no futuro, tendo em vista o crescimento populacional e a falta de políticas de preservação dos mananciais. Para as autoridades, porém, os mananciais apresentam-se em níveis satisfatórios, tanto no que diz respeito ao fornecimento de água para abastecer a população das cidades, quanto à poluição, pelo menos nos pontos de captação de água. Mas nem tudo está perdido. Em um ponto os dois lados concordam: a iniciativa de cobrança pelo uso da água, por parte do Governo do Estado, será benéfica, pois os recursos oriundos poderão ser usados em projetos de preservação ambiental.
O ambientalista e auditor Fernando Rosa Júnior afirma que a situação dos rios e mananciais do município de Itapetininga "é péssima". Ele conta que recentemente realizou um trabalho de mapeamento e greorreferenciamento do rio, que é o principal da Região, e constatou a falta de mata ciliar às margens do curso d'água "e também de todos os córregos e cabeceiras de nascentes do perímetro urbano da cidade”.
Segundo ele, faltam investimentos "e vontade política para recuperar os recursos hídricos". O ambientalista declarou ter encaminhado as informações para o Ministério Público, para que "sejam tomadas as medidas cabiveis".
Rosa Jr., as ligações clandestinas de esgoto, o despejo de agrotóxicos nas águas e as construções erguidas em áreas de preservação pemanentes são os principais responsáveis pela poluição dos rios da Região. Ele acredita que pode haver problemas de abastecimento de água no futuro. "A falta de planejamento ambiental poderá comprometer nossas reservas de água, pois é grande o número de invasões em áreas de preservação permanente".
A cobrança pelo uso da água, procedimento que já vem sendo adotado em algumas partes do Estado, como na bacia do rio Piracicaba, é uma medida benéfica, na avaliãção do ambientalista, desde que os recursos obtidos sejam usados em projetos ambientais.

Tatuí
A situação os rios, córregos e manancias do município é satisfatória, segundo as autoridades locais, tanto quanto ao nível de poluição das águas, quanto à capacidade em atender ao consumo da população. "Não se vislumbra a possibilidade de insuficiência dos atuais manancias, dentro dos padrões atuais de operação e manutenção, exceto em caso deextrma estiagem", afirmou Adriano Branco, gerente da Sabesp no município.
A Secretaria do Meio Ambiente de Tatuí informou, por sua vez, que o córrego Ponte Preta e o Ribeirão Manduca ainda sofrem com lançamentos de esgotos clandestinos.
            Segundo Wendell Rodrigues Wanderley, diretor do Departamento de Educação Ambiental da secretria, o ribeirão, o córrego e os rios citados “apresentam um índice de qualidade de água, considerado aceitável para os padrões da CETESB. Na maior parte do ano e nas épocas chuvosas temos uma melhora no índice de qualidade. Ao passo que em épocas de estiagem, temos menos água para diluir os poluentes”. Ainda conforme Wanderley, a Prefeitura Municipal através da Secretaria do Meio Ambiente e a SABESP desenvolvem campanhas educativas sobre conservação e uso racional da água ao longo do ano.
            Sobre problemas de abastecimento de água no futuro, Wanderley reconhece que poderá haver problemas “não só em Tatuí como no país todo. O município de Tatuí pertence à bacia hidrográfica do rio Sorocaba. Esta já se encontra numa situação de atenção quanto à disponibilidade de água. Se nós não nos conscientizarmos e não agirmos de maneira incisiva quanto ao uso racional da água teremos sérios problemas no futuro”.

Fehidro
Para o Secretário de Estado dos Recursos Hídricos, Edson Giriboni (foto), a situação dos rios da Região “está muito boa. Tanto em relação aos índices de poluição quanto à disponibilidade hídrica total per capita. 
Sobre o Fehidro, fundo que disponibiliza recursos para os municípios, Giriboni esclareceu que ele “foi criado para dar suporte financeiro à Política Estadual de Recursos Hídricos. São financiamentos reembolsáveis, ou a fundo perdido de projetos, serviços e obras estabelecidos pelo Plano da Bacia Hidrográfica que por sua vez deve atender ao Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado. É um instrumento fundamental para a gestão dos recursos hídricos no Estado de São Paulo. Um exemplo prático é o trabalho realizado no Ribeirão do Lajeado em Taquarituba, onde a prefeitura, com auxilio do FEHIDRO, fez um trabalho de revitalização no córrego, evitando assim inundações que eram freqüentes na área. Desde 1996 foram realizados 2.885 projetos”. Atualmente, segundo o secretário, cerca de 1,3 mil projetos estão em andamento no estado.
De acordo com Giriboni, “devido às características da economia da nossa Região, predominantemente agrícola, temos um baixo impacto poluidor. Com os investimentos que o governo do Estado vem fazendo na região, a tendência é que as indústrias comecem a investir mais, portanto teremos de continuar atentos para não permitir uma queda na eficiência de sistemas de tratamento de efluentes, domésticos e industriais”.
Edson Giriboni afirmou ainda que, “a cobrança pelo uso da água tem como objetivo mais do que arrecadar: tem caráter educativo, para incentivar o uso racional da água. É uma lei de 2005. Estamos implantando de forma gradual. Os comitês dos rios Piracicaba/Capivari/Jundiaí e Paraíba do Sul foram os primeiros a iniciar a cobrança pelo uso da água, com boletos emitidos no exercício de 2007. O Comitê Sorocaba /Médio Tietê começou a emitir boletos a partir do ano de 2010. Este ano estamos iniciando a cobrança na Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, que abrange a região metropolitana de São Paulo e conta com uma população estimada de 20 milhões de pessoas. É importante deixar claro que os recursos arrecadados são administrados pelos próprios comitês de bacias”, finalizou Giriboni. Veja matéria completa na revista Hadar deste mês

Texto: Marco Antonio
Fotos: Mike Adas/Divulgação

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