terça-feira, 10 de junho de 2014

A copa chegou! E agora?


Evento pode ser um divisor de águas para o país

 

            Desde meados do ano passado, quando eclodiram os protestos por todo o Brasil, reivindicando todo um leque de direitos, como moradia, saúde e educação de qualidade, segurança e transporte público digno, surgiram também os protestos contra a realização da Copa do Mundo em nosso país.
            Viver em uma democracia é aprender a viver com as diferenças de opinião e o direito à livre manifestação. O que não pode ocorrer são os já conhecidos atos de vandalismo presenciados não apenas em terras verdes e amarelas, mas praticamente em qualquer parte do mundo onde haja algm tipo de protesto, manifestação ou reivindicação.
            Talvez os pensadores e estudiosos cheguem à conclusão de que as relações humanas estão passando por profundas transformações e o desgaste natural que isso provoca atinge o assim chamado tecido social, que está cada vez mais fino e muitas vezes se rasga, expondo conflitos. Talvez o mundo tenha sido sempre assim. A única diferença é que, com a tecnologia atual, o acesso à informação está muito mais rápido. E o poder de mobilização da sociedade também. Basta lembrar o fenômeno do Rolezinho, que tanto assustou os frequentadores de shopping centers no final de 2013 e começo deste ano. Mas, assim como a notícia – e o espanto que ela causa – chegam rápido, são igualmente esquecidos na mesma velocidade.
            A copa chegou e isto é um fato! Nem toda a vontade contrária ao evento vai impedir sua realização. E é bom que o Brasil passe por este teste. Será um processo de amadurecimento para o país e seu povo. Afinal, se o Brasil quer estar entre as grandes nações do mundo, tem de crescer e se comportar como tal. E investimentos em infraestrutura, transporte e esporte, que são consequência de um evento do porte de uma Copa do Mundo (e também das Olimpíadas, que acontecem no Rio de Janeiro, em 2016).
            Se esses investimentos serão bem aproveitados ou não pela população, se houve superfaturamento ou não nas obras, será uma coisa que a própria nação deverá fiscalizar e cobrar das autoridades. Mas não resta dúvida que que a Copa do Mundo será um divisor de aguas para o país. Se o Brasil conquistar o hexacampeonato, a grande festa tornará a vida mais fácil, ou pelos trará essa ilusão à maioria da população, que certamente não se importará muito se o preço do pão francês disparar. Afinal, somos hexa!
            Mas se o Brasil perder....até sair na rua pode ser uma aventura perigosa, mais do que já é. Enfim, a dois dias da abertura do evento, só nos resta torcer pela seleção e pedir paz nos estádios e fora deles.
 
Abertura
            A abertura do torneio será no dia 12 (dia dos namorados), com o jogo entre a Seleção Brasileira e a Croácia, às 17 horas, na Arena Corinthians, em São Paulo. Um dos maiores eventos esportivos do mundo (senão o maior), a Copa será transmitida para mais de 190 países, com um público estimado em um bilhão de pessoas ou mais. Os números que envolvem a competição são superlativos em quase tudo. Pela primeira vez na história do torneio, todos os campeões mundiais das edições anteriores estarão  participando entre as 32 seleções de diversas partes do planeta.
            E a equipe que vencer a competição embolsará um prêmio de R$ 83 milhões, quantia que certamente é um ótimo incentivo para que todos se esforcem. Mas mesmo quem não passar da primeira fase não voltará para casa de mãos abanando. A FIFA, entidade que comanda o futebol mundial, anunciou que a seleção que for eliminada logo no começo ganhará R$ 19 milhões. Segundo a FIFA, o total da premiação esse ano será de R$ 1,3 bilhão, valor 40% maior da edição anterior do evento, em 2010.
 
Investimento bilionário
            Não é só os prêmios que terão um volume vultoso. Os investimentos previstos para serem feitos no país pelo governo federal chegam a quase R$ 26 bilhões. Tamanho volume de investimento justifica os argumentos daqueles que defendem a realização da Copa no Brasil, apesar dos inúmeros problemas que o país enfrenta, como infraestrutura precária e falta de segurança. Entre os argumentos, está o que afirma que, após o encerramento da competição, investimentos feitos na melhoria dos transportes, dos aeroportos e infraestrutura em geral, serão  aproveitados pelo povo brasileiro. E isto certamente significará uma melhora na qualidade de vida da população. Resta esperar para ver.

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