sábado, 3 de outubro de 2015

“O Brasil está sendo passado a limpo”, afirma dom Gorgônio


Bispo diocesano fala sobre a situação do país

          Dom Gorgônio Alves da Encarnação Neto (foto) bispo da Diocese de Itapetininga e Região, comenta a situação do Brasil em entrevista exclusiva para a Revista Atenas.  Para o religioso, o país está sendo passado a limpo” no que diz respeito à corrupção. Ele ressalta, porém, que a corrupção está enraizada na cultura brasileira, “nos altos escalões e na mentalidade do povo; aquela história de levar vantagem, de fazer tudo pelos seus interesses”.

          Na avaliação do bispo, no centro da crise moral e ética que o país – e o mundo – vive hoje, está o que classificou de “ditadura do relativismo, onde cada um tem a sua verdade individual e subjetiva, Não existe uma verdade objetiva. É o individualismo que impera. Esse relativismo ético gera uma crise moral; a sociedade fica descaracterizada de valores e isso gera o desrespeito à vida e à dignidade humana”.
          Ainda na avaliação de dom Gorgônio, esta situação produz um sentimento de descrença na justiça e na aplicação das leis e, por outro lado, a certeza de impunidade, o que leva muitas pessoas a tentarem “fazer justiça com as próprias mãos, gerando uma mentalidade de desrespeito à vida”.

Cultura solidária
          Para mudar este panorama, dom Gorgônio acredita que é necessária a implantação de uma cultura solidária, onde as pessoas aprendam a servir, a se abrir para o outro. “As pessoas precisam experimentar o amor de Deus; se sentirem amadas para amar. Quem não sente isso não pode amar, não pode abrir-se para o outro”,
          É neste sentido, de passar valores éticos e morais, orientação e fazer com que as pessoas  valorizem a vida e a dignidade humana, que não apenas a igreja católica, mas todas a religiões e denominaçãoes religiosas podem contribuir para a implantação de uma cultura solidária, de servir ao outro e melhorar a sociedade, segundo entende o bispo,
          “Hoje, o individualismo coloca os meus interesses acima dos outros e nega o valor da solidariedade, da educação e do respeito. Quando a pessoa antes de fazer algo pergunta o que ganho com isso, descaracterizou a gratuidade desse ato, lembrando que o amor de Deus é gratuito”, afirma o religioso,
          Para dom Gorgônio, a Igreja Católica, assim como as evangélicas, tem “crescido em maturidade; o cristão hoje participa de forma mais responsável e com convicção, com compromisso”. Ele alerta, porém, para o perigo do fundamentalismo religioso. “Esse fundamentalismo pode resultar em um radicalismo que, por sua vez, vai gerar ações agressivas, como as que estão acontecendo em algumas partes do mundo”, observou o religioso. Veja Matéria completa na Revista Atenas

Texto e foto: Marco Antonio

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