quinta-feira, 24 de maio de 2018

Governo anuncia acordo com caminhoneiros

Greve deverá ser suspensa por 15 dias

Manifestantes parados em estradas da Região


          O governo federal anuncio na noite desta quinta-feira, 24, um acordo com representantes dos caminhoneiros, que estão em greve há quatro dias e bloqueado as principais estradas do país. Pelo acordo, o governo irá zerar a alíquota da CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre o óleo diesel até o final do ano e estender por 30 dias o desconto de 10% no preço do diesel, anunciado pela Petrobras ontem e previsto inicialmente para durar 15 dias.
          A proposta será levada para aprovação da categoria, que deverá suspender a greve e os bloqueios por 15 dias. Segundo o governo, uma nova reunião com representantes da categoria deverá ocorrer em 15 dias. Os caminhoneiros querem ainda a isenção do pagamento de pedágio quando estiverem viajando sem carga (com o terceiro eixo levantado). As informações sobre o acordo foram divulgadas em entrevista coletiva realizada agora a noite. Apesar do avanço das negociações, os bloqueios ainda continuavam nas rodovias, como a Régis Bitencourt, conforme mostrou reportagem do Jornal Nacional.

Principais pontos
          Veja agora os principais pontos do acordo celebrando entre o governo e representantes da categoria, segundo o site G1, portal de notícias da Globo.

·            reduzir a zero a alíquota da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), em 2018, sobre o óleo diesel, bem como as necessárias providências decorrentes dessa medida;
·            manter a redução de 10% no valor do óleo diesel a preços na refinaria, já praticados pela Petrobras, nos próximos trinta dias, considerando as necessárias compensações financeiras pela União à Petrobras, no intuito de garantir a autonomia da estatal;
·            assegurar a periodicidade mínima de 30 dias para eventuais reajustes do preço do óleo diesel na refinaria, a partir do preço definido pelo critério do item b, considerando as necessárias compensações financeiras pela União à Petrobras, no intuito de garantir a autonomia da estatal;
·            reeditar, no dia 1º de junho de 2018, a Tabela de Referência do frete do serviço do transporte remunerado de cargas por conta de terceiro, bem como mantê-la atualizada trimestralmente, pela ANTT;
·            promover gestão junto aos estados da federação, para implementação da isenção da isenção da tarifa de pedágio prevista no art. 17 da Lei nº 13.103, de 2015 (não cobrança sobre o eixo suspenso em caminhões vazios). Em não sendo bem sucedida a tratativa administrativa com os estados, a União adotará as medidas judiciais cabíveis;
·            editar medida provisória, em até 15 dias, para autorizar a Conab a contratar transporte rodoviário de cargas, dispensando-se procedimento licitatório, para até 30% de sua demanda de frete, para cooperativas ou entidades sindicais da categoria dos transportadores autônomos;
·            não promover a reoneração da folha de pagamento do setor de transporte rodoviário de cargas;
·            requerer a extinção das ações judiciais possessórias, ou de qualquer outra natureza, propostas pela União em face das entidades relacionadas com o movimento paredista de caminhoneiros de que trata este termo;
·            informar às autoridades de trânsito competentes acerca da celebração do presente Termo, para instrução nos eventuais processos administrativos instaurados em face das entidades ou de seus associados em decorrência de atos praticados no curso do movimento paredista;
·            manter com as entidades reuniões periódicas para acompanhamento do adimplemento dos compromissos estabelecidos neste Termo, ficando desde já estabelecido o prazo de quinze dias para a celebração do próximo encontro;
·            buscar junto à Petrobras a oportunização aos transportadores autônomos à livre participação nas operações de transporte de cargas, na qualidade de terceirizados das empresas contratadas pela estatal;
·            solicitar à Petrobras que seja observada a Resolução/ANTT nº 420, de 2004, no que diz respeito à renovação da frota nas contratações de transporte rodoviário de carga.

Movimento afetou a vida do País
Fila em posto de Itapetininga

            A greve dos caminhoneiros e o bloqueio das principais rodovias brasileiras causou grande impacto na vida da população. O movimento mostrou a força da categoria; estima-se que 70% de tudo que o Brasil produz é transportado por caminhão. Por isto, os brasileiros, inclusive os que moram em nossa região, sentiram os efeitos da paralisação, como a falta de combustível (etanol) e produtos nos supermercados.
            Segundo o site G1, o movimento atingiu 15 cidades da região, com os caminhoneiros protestando contra o aumento do diesel e o valor do pedágio. Cerca de 40 manifestantes passaram a noite no quilômetro 168 da rodovia Raposo Tavares (SP-270). Apesar da rodovia não estar interditada, os manifestantes liberavam apenas a passagem de veículos de passeio. Os caminhões eram parados. Por conta disso, na manhã desta quinta-feira (24) o etanol estava em falta em pelo menos quatro postos de combustível. Com o acordo anunciado, a expectativa é que a situação se normalize.

Prefeitura
          Em nota encaminhada ao blog, a Prefeitura de Itapetininga informou que “devido à paralisação nacional dos caminhoneiros está monitorando todos os seus setores internos. Estão mantidos todos os serviços emergenciais referentes à saúde e à coleta de lixo. Os demais serviços estão temporariamente paralisados até que a situação esteja normalizada. O contingenciamento foi necessário já que os estoques de combustíveis disponíveis atenderiam todos os serviços públicos municipais por mais dois dias. Desta forma, foi dada prioridade aos serviços essenciais de atendimento na área da saúde e coleta de lixo”.
          Ainda segundo a administração municipal, “com relação aos pacientes que necessitam de oxigênio, a Secretaria da Saúde informa que não há falta de abastecimento e que as entregas, até o momento, estão sendo realizadas normalmente”.

Texto: Marco Antonio Vieira de Moraes
Fotos: Reprodução G1

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