sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Centro melhora a qualidade de vida de deficientes visuais

Mães fazem trabalhos na entidade
Com 72 deficientes visuais cadastrados e atendendo regularmente entre 40 e 50 pessoas de diversas faixas etárias, o Centro de Pesquisa e Reabilitação Visual de Itapetininga (Ceprevi) desenvolve diversas atividades que têm como objetivo melhorar a qualidade de vida e promover a inclusão social da pessoa portadora de deficiência visual. Entre essas ações estão: pesquisas e programas de prevenção, diagnóstico e reabilitação do deficiente, além do apoio à família do mesmo.
            O Ceprevi mantém cursos de escrita e leitura em Braille, matemática para cegos (Soroban), estimulação precoce de crianças, acompanhamento psicológico, orientação e mobilidade, prática cotidiana, fisioterapia e educação física adaptada, oficina de artes, informática adaptada e apoio psicológico à família. O centro mantém convênio com prefeituras da Região, atendendo pessoas de outros municípios. Desde 2004, a entidade foi declarada de utilidade pública em Itapetininga.
            “O Ceprevi existe há cerca de sete anos e atende pessoas com deficiência visual, cegas ou baixa visão. No primeiro momento, este trabalho era para identificar e agrupar essas pessoas e depois se tornou um trabalho mais técnico”, afirmou Elaina Bonfanti Moretti, psicóloga da instituição. Segundo ela, os usuários são divididos em dois grupos: adultos e crianças. “Com as crianças, a gente faz estimulação precoce para que elas possam ser um adulto mais independente”, contou Elaina, acrescentando que, no momento, o centro atende um bebê de nove meses.
            Paralelo ao trabalho com as crianças, o Ceprevi oferece oficinas auto-sustentáveis para as mães, possibilitando que elas gerem renda própria. Entre esses trabalhos, está a produção de artesanato e, aproveitando a época do ano, a confecção de cartões de Natal. “Durante as oficinas, a gente acaba discutindo alguns processos terapêuticos em grupo, junto com as mães”. O Ceprevi também ensina as crianças a desenvolver tarefas da vida diária, visando prepará-las para uma vida mais independente.

Avaliação
            De acordo com a psicóloga, quando chega um novo beneficiário ao Ceprevi, ele é avaliado por uma equipe multidisciplinar. “Ele passa pelo coordenador, que vai avaliar o grau de deficiência e quais as condições de oficinas que ele tem”. Em seguida, a pessoa passa pela avaliação de Elaina e por uma assistente social “para ver que tipo de ajuda a gente pode dar para a família e se há uma situação de vulnerabilidade social. Depois disso, a gente traça um plano de atendimento para esse beneficiário”.
            Recentemente, o centro firmou parceria com uma clínica veterinária, instituindo uma escola de cão guia e também a terapia com animais, que tem por objetivo estimular a afetividade, a socialização e a independência das pessoas.

Parceria inédita
A veterinária Maialu durante sessão de TAA com crianças
            A parceria com a clínica Polivet-Itapetininga é inédita no município. “O CEPREVI é uma das raras escolas que apresenta um trabalho sério de zooterapia e TAA – Terapia com Apoio Animal -  voltado a afetividade, socialização e libertação de paradigmas”, afirmou o médico veterinário Ivo Canal, responsável pelo projeto, que conta também com a participação de Maialu Canal, veterinária com curso de TAA na Universidade de São Paulo. O trabalho envolve três animais, um casal de cães da raça Border Collie – Fred e Flecha -  e a gata Snow, da raça Sagrado da Birmânia.
            “Quando passamos por uma grande privação, é normal fecharmos nossa afetividade. O contato com os animais faz com que lentamente nos abramos novamente”, diz Canal. “Com as crianças, a equipe do TAA luta para formar um usuário de Cão Guia. Não é apenas o cão que tem de ser formado, mas também o usuário. É importante a criança crescer sem preconceitos, sem inibições. É difícil a um humano colocar o cão acima de seu próprio entendimento, mas, para se utilizar um cão guia, o usuário tem de confiar 100% no seu animal e em seu instinto. Se o animal apresentar a “desobediência Inteligente”, será difícil o usuário respeitar, se ele não colocar a visão do cão guia acima de seu próprio ego”, enfatizou Canal.

Texto e foto: Marco Antonio

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