quarta-feira, 21 de março de 2012

Para pesquisadora, fadiga e sonolência são casos de saúde pública

Para Fernanda Narciso (foto), fisioterapeuta e pesquisadora do Centro de Estudos Multidisciplinares em Sonolência e Acidentes de Trabalho (CEMSA), a fadiga e a sonolência são casos de saúde pública, pois estão relacionados com o aumento no número de acidente de trabalho e também de trânsito. Ela esteve em Itapetininga no começo deste mês, participando do Simpósio Regional Sobre Distúrbios do Sono.

            “Os distúrbios do sono provocam micro-despertares durante a noite. E às vezes você nem percebe isso. E isto impede o aprofundamento do sono; você acorda como se não tivesse dormido quase nada, aí surge a sonolência e como o acúmulo disso durante anos, pode gerar uma fadiga geral no trabalhador ou nas pessoas em geral que sofrem de distúrbios do sono”, contou Fernanda, explicando a influência dos distúrbios na vida diurna das pessoas.
            De acordo com a fisioterapeuta, quando não tratados, os distúrbios do sono podem gerar doenças mais graves, como hipertensão arterial, ganho de peso e infarto do miocárdio, ou até mesmo acidentes de trânsito, de tráfego aéreo e de trabalho.
            Entre os distúrbios, a apnéia obstrutiva do sono, que pode levar a uma parada respiratória, está entre os mais comuns e perigosos, estando diretamente relacionada a casos de AVC (Acidente Vascular Cerebral) e infarto.

Sonolência e fadiga
            Exceder os limites do corpo e lutar contra o sono é um risco que correm profissionais como motoristas de caminhão, que por vários motivos passam horas dirigindo sem descansar, chegando a utilizar medicamentos para não dormir. “Estudos mostram que passar 19 horas sem dormir, faz com que a pessoa seja considerada como se estivesse bêbada, pois há sonolência e diminuição da atenção e cognição”, afirmou Fernanda, “o que pode levar a acidentes”, acrescentou a pesquisadora.
            Ela observa que, sem dormir há 19 horas ou mais, também há diminuição nos reflexos. “Você vê um animal na estrada e leva mais tempo do que o normal para frear o veículo e acontece o atropelamento”.
            Fernanda Narciso alerta que quem gosta de viajar a noite deve dormir durante o dia, “porque senão chega uma hora em que a pressão do sono torna-se insuportável. Portanto, é bom evitar sair do trabalho e pegar a estrada durante a noite, como alguns gostam de fazer.
Durante sua palestra, Fernanda mostrou vídeos de acidentes de trânsito onde os motoristas dormiram ao volante e até um caso onde o piloto dormiu e teve de arremeter com o avião pois não conseguiria pousar.
Trabalhadores por turno precisam adaptar suas atividades para não correr o risco de desenvolverem no futuro problemas de saúde e até de relacionamento. Para finalizar, a professora afirma que o sono é “imprescindível “para tudo: para a qualidade de vida; para a pessoa se tornar mais produtiva e saudável”.

Texto e foto: Marco Antonio

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