sábado, 7 de setembro de 2013

Brasil: Independência ou morte!


Somos mesmo independentes?

            Há muitas razões para se amar o Brasil: a beleza de suas paisagens, a riqueza de suas terras férteis, o calor de seu povo. Mas também há muitos motivos para se repensar este país: sua imensa desigualdade social, concentração de riqueza na mão de poucos, as mazelas e desmandos de sua classe política. Mas não devemos odiar o nosso país! Devemos sim, olhar de frente para nossos problemas, nossas limitações e nossos erros e acertos. Somente assim poderemos buscar soluções, ainda que á longo prazo, para os problemas que afligem a grande maioria do povo brasileiro. Maioria esta, aliás, composta por gente humilde, honesta, trabalhadora e respeitosa. Gente que deseja apenas viver com dignidade.
            Neste dia 7 de setembro, aproveitemos o momento patriótico para refletir sobre o nosso papel na construção de uma sociedade melhor. Sim, todos nós temos o nosso papel neste grande teatro chamado vida. E não adianta relutar, pois cada um oferece sua contribuição, seja ela boa ou má.
            O Brasil – e talvez o mundo – carece atualmente de grandes líderes, de estadistas que vejam todo o espectro de um imenso arco-íris chamado futuro. O mundo vive hoje de superficialidade. Os 15 minutos de fama que todo mundo teria um dia, segundo o artista Andy Warhol, já devem ser considerados como um tempo absurdamente longo para algumas pessoas acostumadas com a internet ultra-rápida.
            Mas um país não pode ser construído dessa forma. Ele deve ser construído a cada dia, por cada indivíduo, por cada geração. Cidadania não é apenas uma palavra, mas sim uma forma de vida; um direito de todos.
            Mais conhecido pelo grito de “Independência ou morte” dado ás margens do rio Ipiranga, no dia 7 de setembro de 1822, e por suas aventuras amorosas, Dom Pedro I não era um governante intempestivo, como podem pensar alguns, muito menos um desequilibrado que, à primeira admoestação do pai (no caso, a Coroa portuguesa), sai berrando independência aos quatro cantos. Alguns historiadores sustentam que ele era um homem de visão modernizadora, que queria desenvolver o Brasil e fez o que pôde, enquanto pôde. Mas, mesmo ele enfrentou desafios.
            Há 191 anos o Brasil deu um basta ao domínio português, que durante 300 anos sugou nossas riquezas. O grito foi dado. Mas somos verdadeiramente independentes? Como podemos ser independentes quando há irmãos nossos massacrados por um sistema político, econômico e social que transforma quem tem muito em semideuses e referência de vida e quem não tem nada em pária, a escória da humanidade? Por acaso não nascemos todos iguais? Não nascemos todos nus e sujos?
O Brasil não será verdadeiramente independente
enquanto houver crianças vivendo do lixo
            Como podemos ser independentes quando há semelhantes nossos dormindo ao relento nas noites geladas, quando há crianças como fome ou sendo exploradas, agredidas e destruídas?
            Sim, eu sei que o mundo não é perfeito. Mas ele pode ser melhorado! Cabe a nós, aos nossos filhos. Enfim, todos devem fazer a sua parte. E fazer a sua parte vai muito além de protestar ou fazer atos de vandalismo. Contribuir para uma vida melhor significa viver com dignidade, encarando o próximo não como inimigo ou concorrente, mas como um ser humano que merece respeito, que merece uma vida plena.
            A independência deve ser construída e conquistada a cada dia, com o suor, o trabalho e as lágrimas e os sonhos de um povo. Um dia, concretizaremos o desejo de um país realmente independente.
 
Marco Antônio Vieira de Moraes
Jornalista
Colaboração: Cleo Silva e Dirce Maria

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