quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

O que esperar de 2015


Ano começa com boas notícias, mas nem tudo são flores

 
Comemoração da chegada de 2015 na Austrália
            O alvorecer de 2015 começa com uma notícia que certamente entrará para a história: a reaproximação e o restabelecimento das relações diplomáticas entre os EUA e Cuba, após um intervalo de mais de meio século, período no qual a economia da ilha caribenha praticamente parou, principalmente devido ao embargo comercial imposto pelos americanos.
A decisão da administração Obama foi corajosa, já que enfrenta resistência até dentro do partido Democrata, do próprio presidente, e entre asilados cubanos que vivem nos EUA.
Mas a iniciativa mostra que sempre há espaço para o diálogo e a abertura deste canal de comunicação pode ser muito saudável para o povo cubano, já que os bons ventos da modernidade podem trazer novas ideias e flexibilizar o regime dos irmãos Castro.
O Brasil também colherá os frutos políticos dessa reaproximação, segundo analistas. Nos últimos anos, Brasil e Cuba estreitaram laços fortalecidos por uma natural sintonia ideológica entre os governos. Como resultado, o intercâmbio comercial entre os dois países cresceu quase sete vezes, passando de US$ 92 milhões em 2003 para US$ 625 milhões em 2013. Atualmente, o Brasil é o terceiro maior parceiro comercial de Cuba, após a China e a Venezuela. O ápice das relações entre os dois países veio com a construção do porto de Mariel, obra tocada em grande parte pela brasileira Odebrecht a um custo de US$ 975 bilhões e financiada com dinheiro do BNDES. O terminal ocupa uma área de 400 quilômetros quadrados que abriga a "zona de desenvolvimento especial" de Cuba, uma zona franca e industrial para a qual o governo pretende atrair indústrias estrangeiras por meio de incentivos. Ali vigora um sistema diferente do resto da ilha, onde empresas têm poucas restrições para contratar, contam com isenção de impostos e não são obrigadas a se associar a companhias estatais.
Apesar dos dividendos políticos e dos investimentos brasileiros na ilha, o retorno econômico da construção do porto ainda gera controvérsia, embora o governo brasileiro ressalte que a obra beneficiou empresas e gerou empregos em nosso país. O problema, segundo analistas, é que o comércio entre Brasil e Estados Unidos, não precisa do porto gigante, como defendem alguns setores. Além disso, a economia cubana é acanhada para atrair indústrias e desenvolver um mercado consumidor. Investir no país hoje é uma aposta.
E falando em apostas...Alguém quer apostar que a crise na Rússia vai durar mais de dois anos? Extremamente dependente da exportação de petróleo e gás natural, a Rússia se vê em palpos de aranha, com o preço do barril de petróleo despencando no mercado mundial por pressão dos países árabes. Os russos ainda enfrentam os problemas causados pelas sanções econômicas impostas pela comunidade europeia, por causa do apoio de Moscou aos separatistas ucranianos. Realmente; parece que o inverno russo de 2015 vai ser ainda mais rigoroso do que o normal.
E o petróleo também está no centro das discussões aqui no Brasil, mais precisamente a Petrobrás, maior empresa nacional envolvida em um gigantesco escândalo de corrupção e lavagem de dinheiro, descoberto pela Operação Lava Jato. A história ainda vai dar muito pano para manga, como afirma o ditado popular, e deve adentrar o ano de 2015.
Mas um dos pontos positivos deste episódio é que a Petrobrás já anunciou mudanças em seu processo de contratação de empresas e licitações, com o objetivo de tornar a empresa mais transparente e menos sujeita a desmandos e desvio de dinheiro. Pode parecer que a mudança veio tarde, mas é sem dúvida um reflexo da operação desencadeada pela Polícia Federal, que deve continuar agindo com firmeza e independência em 2015, assim como o Ministério Público. Afinal, para passar o Brasil a limpo, é necessário encarar a sujeira de frente!
E encarar os desafios de frente nos leva a outra questão: ampliar o uso da energia limpa e renovável, que não agrida o Meio Ambiente. Embora o mercado brasileiro de automóveis ainda esteja engatinhando no segmento de carros híbridos (que usam motores a combustão e elétricos) e também no nicho de veículos elétricos, algumas montadoras já disponibilizam seus modelos ecologicamente corretos para o consumidor brasileiro, que também deverá aprender a usar a água de modo mais racional.
Por fim, em 2015, infelizmente, muitos pontos do planeta continuarão a conviver com a violência, a intolerância, a tortura, os assassinatos e perseguições movidos por puro ódio, seja ele religioso, político ou por diferenças étnicas e culturais. Em alguns pontos da Terra, grupos extremistas tentam impor sua visão mais do que radical de como deve ser a vida em sociedade. Esquecem que somos todos humanos e descendemos de um mesmo ancestral comum, que há muito deixou a África e se espalhou e conquistou todo o planeta. Somos um só, independente da religião, cor da pele, altura e idioma. Não podemos nos esquecer disso!
 
Foto: Reprodução G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário