terça-feira, 2 de julho de 2019

Crimes Virtuais: o perigo está on line

Furto de dados e informações pessoais está na raiz de vários golpes

É preciso ter cuidado com aa segurança do celular

          A sociedade humana tem mudado a uma velocidade nunca vista antes. O avanço da tecnologia e dos computadores, a chegada da rede mundial de informação (internet), o acesso a esta rede e a conexão cada vez mais rápida e acessível. Tudo isto tem transformado a cultura. Estar conectado (on line) passou a ser quase uma questão de sobrevivência, principalmente para os jovens. Quem não está no mundo virtual corre o risco de ser esquecido no mundo real.
É claro que este avanço trouxe comodidades e benefícios, mas também trouxe perigos. Golpes virtuais têm crescido e se diversificado. O crime marca presença na internet sob várias formas, sendo a mais comum a ação de hackers, pessoas que usam suas habilidades e conhecimento de tecnologia para invadir dispositivos alheios e roubar dados e informações, com o objetivo de cometer crimes, como sacar dinheiro da cota do outro ou mesmo chantagem para não divulgar informações pessoais, como fotos intimas.
Os hackers também podem agir divulgando informações sigilosas de autoridades e governos, com objetivos políticos.
Nos últimos meses, o assunto tem estado em alta no país, sobretudo com a divulgação de conversas e mensagens entre o então juiz Sérgio Moro e promotores da força-tarefa da Operação Lava Jato, que desarticulou o que pode ser o maior esquema de corrupção já registrado no Brasil.
Muita gente pode estar s perguntando: “se até um juiz federal teve seu celular invadido, como posso estar seguro e proteger meus dados da ação de bandidos?”.
O assunto realmente é sério e é por isso que o Marconews e a revista Hadar abordam o tema nesta reportagem, com dicas sobre como proteger seu dispositivo da ação de criminosos.
Uma das coisas que você precisa saber é que a internet não é uma terra sem lei e muitos países estão adotando legislação mais adequada para punir este tipo de crime. No Brasil, desde agosto de 2018, existe lei específica para proteção de dados pessoais.
A lei 13.709 dispõe, em seu artigo 1º, sobre “tratamento de dados pessoais, inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público ou privado, com o objetivo de proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural”.
Mais adiante, em seu artigo 2º, a lei diz quais são os fundamentos da “disciplina de proteção de dados pessoais”. São eles: o respeito à privacidade; a autodeterminação informativa; a liberdade de expressão, de informação, de comunicação e de opinião; a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem; o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação; a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor; os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personalidade, a dignidade e o exercício da cidadania pelas pessoas naturais. Essa lei também altera outra, de 2014, que estabeleceu o Marco Civil da Internet.

Advogado orienta usuários
          O advogado itapetiningano Carlos Eduardo Monti Júnior, com experiência na área de segurança digital, explica o que as pessoas podem fazer para deixar seus aparelhos mais seguros e, no caso de um ataque hacker, como a vítima deve agir para tentar reparar os danos. Ele também fala sobre as leis que visam proteger os internautas.
          Monti lembra que “indiscutivelmente, vivemos na era da alta tecnologia, a qual tem revolucionado a vida em sociedade como um todo, desde a estrutura da produção e do trabalho, o consumo de bens, o intercâmbio de informações, até chegar às relações interpessoais. Um dos demonstrativos dessa era tecnológica que estamos vivenciando é a grande importância do aparelho celular smartphone na vida de todos nós. Na realidade, a nossa vida real (dados bancários, contatos, conversas, trabalho, planejamento pessoal e dos negócios, etc.) se mistura com a nossa vida virtual (redes sociais, principalmente) na palma de nossa mão, em nosso aparelho de celular. Diante desse contexto, na hipótese de termos nosso telefone celular invadido, é melhor agir o mais rápido possível. O problema é que, muitas vezes, não conseguimos identificar os sinais da invasão a tempo”, afirma o advogado.
          Ele aponta “alguns indícios e dicas que podem nos ajudar na solução do problema: lentidão do aparelho - se o aparelho começa a travar ou funcionar de um modo mais lento do que o de costume, isso pode ser um sinal de que algum programa malicioso ou malware esteja em ação. Essa modalidade de vírus piora o desempenho do dispositivo, o que reflete também na velocidade em que ele se conecta à internet. Aquecimento excessivo da bateria do aparelho: se o aparelho aquecer mais do que o normal, de modo desproporcional ao seu uso, isso pode ser sinal de que algum aplicativo malware está sendo executado em segundo plano, provocando o superaquecimento do aparelho. Rápido esgotamento da bateria: o mesmo motivo que causa superaquecimento pode provocar o desgaste da bateria, sendo um indício de que algum programa malicioso ou malware esteja em ação no seu aparelho. O recebimento e/ou envio de mensagens estranhas e desconhecidas: no caso desse indício, o provável é que seus amigos ou familiares percebam esse sinal antes de você, caso seu celular esteja enviando sozinho mensagens por SMS ou WhatsApp. Às vezes, são ofertas com armadilhas transmitidas na forma de vírus, de um celular para outro. O mesmo pode acontecer com os e-mails. Nessas circunstâncias, jamais clique nos links e apague imediatamente as mensagens”.
          Monti prossegue com sua lista de indícios. “A abertura constante das janelas "pop-ups" no navegador de internet do celular é um sinal claro, na maioria das vezes, de que algo está errado. Assim como acontece nos computadores, alguns malwares geram janelas pop-up que o convidam a executar diferentes ações e conseguem a invasão no aparelho. Surgimento de aplicativos sem a instalação: se começarem a aparecer aplicativos no aparelho, sem que você os tenha instalado, isso pode ser um sinal da ação de hackers. Bom salientar que o fabricante ou a operadora podem ser autorizados a instalar aplicativos de vez em quando para atualizar o seu telefone. Todavia, se novos programas aparecem de repente, é melhor você garantir que eles sejam legais, verificando o nome do aplicativo instalado e o que outros usuários dizem sobre ele”.

Leia matéria completa na edição deste mês da revista Hadar

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