quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Polícia prende suspeitos de ordenar toque de recolher na Capital


Ação seria uma retaliação contra a morte de
suposto traficante, ocorrida na Zona Norte de São Paulo

 
Criminosos incendiaram veículos
na última terça-feira, em São Paulo
A Polícia Civil identificou e deteve suspeitos de determinarem toque de recolher e de atacar ônibus na última terça-feira na Zona Norte de São Paulo. A informação foi confirmada ontem pela Secretaria da Segurança Pública (SSP). Está sendo investigada a possibilidade de a ação criminosa ter sido orquestrada para vingar o assassinato de um traficante, neste domingo.
Segundo o governo, quatro pessoas, sendo dois adolescentes, foram detidos por suspeita de ordenarem comerciantes a baixarem as portas. Eles acabaram responsabilizados por associação criminosa. Os maiores ficarão presos e os adolescentes serão apreendidos e levados a uma unidade da Fundação Casa, onde passarão por medidas socioeducativas.
Outras 12 pessoas foram identificadas por suspeita de participação nos ataques incendiários a veículos, segundo informou o G1, portal de notícias da Tv Globo. Um ônibus e um carro foram queimados a 200 metros da sede do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), da Polícia Civil. Entre os suspeitos, cinco são adolescentes. A polícia tenta localizá-los.

Outros ataques
Além da Zona Norte, a Zona Leste da capital, mais Osasco e Cubatão registraram ações criminosas contra veículos na terça-feira. A polícia investiga se os casos têm relação e se também teriam sido motivados pela prisão de um criminoso na terça. Márcio Geraldo Alves Ferreira, o Buda, estava foragido desde 2010.
 
Retaliação
            A morte de um suposto integrante da facção criminosa que age dentro e fora dos presídios paulistas, ocorrida na noite do último domingo, seria o estopim para uma nova onde de ataques contra ônibus e policiais, segundo boatos que circularam por bairros da Zona Norte da Capital paulista e através de mensagens de áudio enviadas através do aplicativo Whatsapp.
            Embora a autenticidade das mensagens não tenha sido confirmada pelas autoridades, o Marconews recebeu quatro desses áudios. Em um deles, um homem que se identifica como irmão do rapaz assassinado “convoca” outros integrantes da facção para os ataques. "Quero dizer aí pra todo o pessoal que faz parte da facção que hoje (...) vai reunir todo mundo aí e a gente vai fazer um 'alvoraço', hein? Só lembrando que o pessoal que mora aí na redondeza, pra guardar carro, o que for. A gente vai sair tacando fogo em tudo".
            Em outra mensagem, um homem que parece ser policial avisa que os bandidos tentariam assassinar um policial militar que mora em um conjunto habitacional na Zona Leste. “Fica ligeiro aí”, avisa o homem.
 
Morte em pizzaria
Segundo o G1, portal de notícias da Globo, todos os arquivos de áudio citam a morte de Jeorge Vieira Ponciano, conhecido como JJ, em uma pizzaria no domingo. Ele é identificado como o homem de 39 anos que morreu após ser baleado em uma pizzaria, no Jardim Brasil, Zona Norte de São Paulo. Ele estava no estabelecimento, na esquina da Rua Tosca com a Avenida Roland Garros, quando dois homens passaram em duas motos atirando, de acordo com a polícia.
 
Ordem
            A ordem para atacar policiais teria partido do chefe do tráfico no Jardim Ângela, segundo outra mensagem de texto que também circulou na terça-feira e à qual o blog também teve acesso. De acordo com a mensagem, a missão – matar três policiais até sexta-feira – teria sido dada a dois novos integrantes da organização criminosa. Também não há como confirmar a veracidade dessa mensagem.
 
Toque de recolher
            Ainda conforme o G1, o comércio fechou mais cedo em bairros da Zona Norte da cidade de São Paulo na tarde de terça-feira após boatos de toque de recolher circularem entre lojistas e também por grupos de Whatsapp.
Os comerciantes de bairros como Jardim Brasil, Parque Edu Chaves, Vila Ede, Vila Medeiros, Vila Sabrina e Vila Guilherme fecharam as portas a partir das 15h.
A cerca de 10 km de distância do ponto onde o comércio encerrou as atividades mais cedo, um ônibus foi incendiado na Avenida Zaki Narchi, 125, no Carandiru. A Polícia diz que ninguém ficou ferido e apura os motivos do ataque.
            Por conta dos boatos, o comércio e até instituições e serviços fecharam mais cedo nos bairros citados nas mensagens. Pessoas passavam apressadas pelas ruas e policiais de armas em punho abordavam suspeitos. Até escolas lideraram os pais para pegar os filhos mais cedo, se desejassem.

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