sexta-feira, 24 de junho de 2011

Adotar um cão é um ato de amor e coragem

Regina e Sula
Uma relação para a vida toda, mesmo que essa vida seja curta. Quem tem um cão sabe o que é isso. Mas existem pessoas cujo amor pelos animais é ainda maior. Pessoas que aceitam o desafio de pegar um cachorro filhote ou já adulto, muitas vezes jogado na rua, sem conhecer a procedência, nem a saúde do cão e nem o temperamento.
            Regina Bonini é uma dessas pessoas. A dona-de-casa não tem uma, mas duas cadelas que encontrou na rua e hoje são tratadas como parte da família. Regina cuida de duas tias e os animais são a alegria da casa.
            Tudo começou há mais de 11 anos. Branquinha, a mais velha, era vista com bêbados e mendigos que perambulavam pelas proximidades do mercado municipal. “Havia um homem que dava comida para a Branquinha e ela o acompanhava. Ele pedia comida nas casas, mas não pra ele, era para a cadelinha”, lembra Regina, recordando ainda que, quando o homem caía na rua de tanto beber, Branquinha ficava com ele “até que voltasse ao normal”.
            Passado alguns meses, o dono da cadelinha faleceu e Regina Bonini resolveu adotar a Branquinha, que hoje está com 12 anos e é um dos xodós da casa, inclusive anda bem na rua sem coleira, acompanhada da tia de Regina. Branquinha é uma cadela dócil e carinhosa.

Jogada na esquina
            Algum tempo depois, a dona-de-casa encontrou Sula, uma mestiça de pastor alemão. “Eu quase pisei nela, quando ia levar comida para os cachorros que ficam no mercado; era uma bolinha de pêlo bem pequenininha e estava na esquina de casa”, lembra Regina. Ela lembra que chovia muito nesse dia. “Na volta, resolvi pegar a cadelinha, que cabia na palma da minha mão”.
            A dona conta que levou o cachorro para casa e deu-lhe banho. “As tias ajudaram e nós ficamos mais ou menos duas horas para dar um bom banho nela e tirar todas as pulgas e carrapatos, que estava ainda com a língua e o rabo cortados e cheia de vermes”. Sula tinha tanto bicho na barriga que parecia um sapo, segundo a dona. “Quando tomou remédio, era só verme saindo”;
            O quadro era tão ruim que Regina temia que Sula não sobrevivesse. Hoje, oito anos depois, Sula sobreviveu, cresceu (bastante) e ficou forte. Com temperamento dominante, é a guarda da casa e de noite percorre todos os quartos para ver se está tudo bem. Por ser mestiça de pastor, recebeu adestramento, o que facilita a convivência.
            “A minha relação com elas é de companheirismo, mas o que fizer pra uma tem de fazer para a outra, pois existe muito ciúmes entre elas”, conta Regina. Ela recomenda que quem pensa em adotar um cão tome alguns cuidados como: passar pelo veterinário para fazer exames e seguir as orientações do profissional, vacinar o animal (todas as vacinas, pelo menos uma vez por ano) e alimentação adequada com água limpa, trocada várias vezes ao dia.
            Assim como suas cadelas possuem um lugar especial para dormir, com direito a colchão e tudo, Regina Bonini aconselha que o dono faça um abrigo para o seu cão. “não devemos deixá-lo ao relento, tem que ter um lugar que o proteja da chuva e do frio, entre outras coisas”. Ela ainda ressalta a necessidade de espaço para o animal brincar. “Mas o principal mesmo é muito carinho”.
            Para Regina, a experiência de adotar valeu a pena. Tanto que ela já arrumou mais um: Niki, de poucos meses, da raça Shitzu. Agora, ele é o xodó da casa.

Texto e foto: Marco Antonio

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