segunda-feira, 6 de junho de 2011

Dom Gorgônio fala sobre João Paulo 2

“O Papa João Paulo II foi uma figura extraordinária na vida da Igreja e marcante para todos nós com seu testemunho, sendo um Papa que veio de longe, da Polônia, e assumiu uma missão, sendo um grande anunciador de Cristo”, a afirmação é do bispo da Diocese de Itapetininga dom Gorgônio Alves da Encarnação Neto (foto), que comentou a beatificação de João Paulo II, ocorrida no dia 1º de maio, no Vaticano. A cerimônia foi comandada por Bento XVI, sucessor do Sumo Pontífice.
            A beatificação é o primeiro passo para a canonização e é realizada após a constatação de um milagre atribuído ao candidato a beato. Depois disto, vem a canonização, quando o beato torna-se um santo.
            No caso de João Paulo II, a Igreja Católica atribui a ele a cura da freira francesa Marie Simon-Pierre Normand, que sofria do mal de Parkinson, mesma doença do Papa. O Parkinson é incurável.
            “Ela estava em uma cadeira de rodas e curou-se da noite para o dia. É um milagre”, afirmou o bispo itapetiningano, lembrando que a igreja é rigorosa nestas investigações e o milagre (a cura da freira) foi comprovado cientificamente. “Os médicos consideraram a cura um fato extraordinário e o importante é a ciência reconhecer que isto foi algo além das possibilidades científicas”. O religioso informou ainda que a biografia da pessoa também é importante e a investigação para a beatificação geralmente tem início cinco anos após a morte do futuro beato. No caso do Papa, o processo foi acelerado.

Missionário
            João Paulo II nasceu Karol Wojtila, na Polônia, em 1921. Em seu pontificado, iniciado em 1978, percorreu mais de 150 países, o que o tornou conhecido como Papa Missionário. Esteve no Brasil três vezes. Ao chegar ao destino de cada viagem, beijava o solo do país, gesto que tornou-se uma de suas marcas.
            “Ele não tinha medo das dificuldades e foi para lugares difíceis. Até mesmo na sua Polônia, pois ele veio da época do comunismo e foi uma força para a resistência dos cristãos na luta pela democracia e maior solidariedade no país e o respeito à dignidade humana”, observou o bispo itapetiningano, lembrando que a queda do Muro de Berlim e o fim do comunismo ocorreram durante o pontificado de João Paulo II.

Humildade e Santidade
            Para dom Gorgônio, “A Igreja reconhece os sinais de Deus na vida das pessoas que realmente vivem de maneira heróica a sua fé, sua dedicação ao próximo e sua caridade. É importante nós termos estes testemunhos, mostrando que é possível sim viver uma caminhada no bem e na santidade e isto é um dom de Deus dado aqueles que com humildade procuram atender a este dom”, afirmou o bispo, ressaltando que o Papa polonês deu este testemunho, levando mensagem de amor, perdão e paz a lugares aonde a miséria e a pobreza imperavam.
            “Além de todo este trabalho marcante em seu pontificado, ele também enfrentou sofrimento, pois há 30 anos foi baleado na praça de São Pedro, no dia 13 de maio (dia de Nossa Senhora de Fátima) e recebeu o milagre dela, conforme ele sempre reconheceu”.
            João Paulo II se recuperou e perdoou seu agressor, Ali Agca (que era muçulmano), dando mais um exemplo para o mundo. Sobre o mal de Parkinson, o religioso itapetiningano lembra que “ele nunca se entregou à doença, nem no final de sua vida, com todas as limitações que haviam, mostrou-se presente e dedicado. Seu sepultamento uniu todo mundo”.
            Dom Gorgônio afirma que o pontificado de João Paulo II deu um grande estímulo vocacional para a Igreja. “Foi muito significativo, um sinal extraordinário das graças de Deus, por isso a beatificação é um reconhecimento. É muito importante que nós tenhamos esses sinais, essas referências, no mundo de hoje”.
            O bispo diocesano frisou ainda o exemplo de João Paulo II, conhecido como o Papa da Comunicação, do diálogo e do perdão, deve ser seguido pelo mundo, que hoje vive uma época de extremismos.

Texto: Marco Antonio
Foto: Dorival Prado

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