terça-feira, 21 de junho de 2011

Preços agricolas têm alta

Os tomates estão entre os vilões da alta de preços
O Índice semanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista, que mede os preços pagos ao produtor rural, subiu 1,51% na segunda semana de junho, de acordo com o Instituto de Economia Agrícola (IEA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. O aumento foi puxado pelo índice de preços dos produtos de origem vegetal, que aumentou 3,95%, devido principalmente à importância da cana-de-açúcar na ponderação dos produtos. Já o índice de preços dos produtos de origem animal caiu 4,56%.Sem considerar a cana-de-açúcar no cálculo, o índice geral e o índice de produtos vegetais passam a ter desempenho negativo de, respectivamente, 4,18% e 3,82%. "O efeito cana, pela participação no índice, explica sozinho a manutenção de variações positivas dos índices calculados", dizem os pesquisadores Luis Henrique Perez, Danton Leonel de Camargo Bini, Eder Pinatti, José Alberto Angelo e José Sidnei Gonçalves.
Dos produtos pesquisados, oito apresentaram alta de preços (seis de origem vegetal e dois de origem animal), enquanto 12 tiveram queda (oito de origem vegetal e quatro de origem animal). As altas mais significativas ocorreram nos preços do tomate para mesa (34,06%); da cana-de-açúcar (9,66%); do leite B (7,20%); do leite C (5,19%) e do feijão (4,48%).
A menor oferta de tomate de mesa, decorrente das chuvas e temperaturas acima da média na primeira metade de maio, provocou perdas de produto e, em conjuntura de demanda aquecida, gerou a elevação dos preços, observam os analistas do IEA. O novo patamar de preços da cana-de-açúcar na entrada da safra deve-se aos novos preços do açúcar e principalmente do álcool (anidro e hidratado), cujas majorações foram expressivas. "Passada essa fase de ajuste, as variações devem voltar à normalidade", argumentam os técnicos
As cotações ascendentes dos leites B e C foram pressionadas pela redução da quantidade e da qualidade das pastagens, o que reflete na menor oferta dos produtos, mostra a análise do IEA. "O aumento maior para o leite B em relação ao C, o que não é comum para este período do ano, deve-se ao fato do aumento do custo das rações. Os produtores de leite B são mais dependentes de insumos como o milho e a soja, que tiveram altas significativas nos últimos 12 meses".
O preço do feijão consolida a tendência de alta, dada a perspectiva de oferta menor que a demanda nos próximos meses, já precificando a ocorrência de escassez que vigorará até a entrada da colheita dos primeiros plantios de inverno, explicam os pesquisadores do IEA.
As quedas mais relevantes foram verificadas no preço da batata (35,73%); do algodão (24,26%); da carne suína (14,74%); da laranja para mesa (12,62%); dos ovos (8,69%); da carne de frango (8,57%) e da banana (6,16%).

Texto: Assessoria IEA
Foto: Marco Antonio

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